Até a década de 70, o modelo asilar da assistência psiquiátrica brasileira tinha uma base já muito criticada pelos enfermeiros da área: o isolamento. Hospícios não trabalhavam com o objetivo de proteger, respeitar e habilitar seus residentes a funcionar em sociedade, mas com o intuito de escondê-los desta. Por muito tempo, doentes foram mal-tratados e ignorados e seus cuidadores, ridicularizados por conviver com estes.
Foram visões humanísticas como a de Peplau que, sob a influência da redemocratização, encontraram espaço nas instituições psiquiátricas em forma da reestruturação de práticas e pensamentos, caracterizando a Reforma Psiquiátrica Brasileira.
Reconhecendo a assistência de enfermagem de Peplau como aquela que mantém o paciente na comunidade e de acordo com a nova abordagem de cuidados psiquiátricos, o convívio interpessoal, antes negligenciado pelos profissionais da saúde, agora tomaria papel principal nas instituições. Peplau ainda atesta que é fundamental conhecer o ambiente, estilo de vida e costumes dos paciente para garantir a melhor assistência possível.
Deste modo, a alma do modelo de cuidados psiquiátricos pós-reforma está na humanização da assistência e no reconhecimento do doente como indivíduo tão merecedor de convívio interpessoal quanto qualquer outro. Hildegard Peplau, assim como outros autores, contribuiu nessa transformação positiva de pensamento coletivo, garantindo uma melhora nas condições de trabalho e tratamento em instituições psiquiátricas.